|
Destaques |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
A memória das coisas: ensaios de literatura, cinema e artes plásticas (.ePub) |
|
Maria Esther Maciel
Compilação de ensaios escritos entre 1999 e 2003, publicados esparsamente em revistas e jornais do Brasil e do exterior, acerca do uso criativo dos sistemas de classificação do mundo por parte de escritores, cineastas e artistas contemporâneos. Jorge Luis Borges, Peter Greenaway, Arthur Bispo do Rosário, Georges Perec e Carlos Drummond de Andrade são alguns dos autores de referência, os quais têm suas obras exploradas em sua pulsão colecionadora. Também se abordam, sempre a partir de um enfoque comparativo e transdisciplinar, questões sobre a interseção de literatura e cinema, a tradução criativa, a mesclagem de gêneros literários e a escrita poética. Foi um dos dez finalistas do Prêmio Jabuti de 2005. |
|
|
|
|
|
|
|
A pequena escala: Sebald e as mediações da memória |
|
André Bueno
Nas análises de Austerlitz e Os emigrantes, o leitor encontrará vários exemplos dessas mediações da memória, que Sebald elabora sempre de modo indireto, por ensaios e aproximações, digressões e um também elaborado sistema interno de remissões e referências. Há motivo para essa posição: Sebald não tem nunca a intenção de chocar, de apresentar a violência e o horror de modo cru e direto, provocando impacto emocional, sempre acompanhado de algum nível de bloqueio cognitivo. Não é preciso exagerar o que já é horrível, com bem sabia Sebald, leitor de Benjamin. Sem forçar a mão, é possível dizer que as elaboradas mediações da memória são um procedimento central na prosa de ficção desse escritor alemão em tudo e por tudo avesso à estetização banal da violência, às exibições juvenis de vanguardismo tardio, às falsificações mais ou menos grosseiras no tratamento de problemas difíceis, aos efeitos também falsos do melodrama com seu cortejo gasto de truques. |
|
|
|
|
|
|
|
Antropologia do conflito urbano: conexões Rio–Barcelona |
|
Neiva Vieira da Cunha(org.)
Leticia de Luna Freire(org.)
Maíra Machado-Martins(org.)
Felipe Berocan Veiga(org.)
En un mundo en el que las ciudades han sido puestas en venta, asusta el conflicto, espanta que, de pronto, afloren los descontentos por los contenciosos pendientes, los agravios no resueltos, las humillaciones mal soportadas. Frente a esa amenaza, los planificadores y los poderes políticos y económicos a los que sirven, ponen en escena ciudades desconflictivizadas, en las que todo lo que ocurre sea amable y previsible. Se espera que lo que atraiga al turista o al inversor sean espacios urbanos confortables, hospitalarios, sin sobresaltos. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
As subjetividades em revolta: institucionalismo francês e novas análises |
|
Heliana de Barros Conde Rodrigues
Este livro constrói a história da análise institucional francesa, em suas vertentes socioanalítica (René Lourau, Georges Lapassade) e esquizoanalítica (Gilles Deleuze, Felix Guattari). Diferentemente de outras formas de historicização de tipo positivista, anacronista ou hagiográfico, faz com que o institucionalismo emerja como singularidade em meio aos regimes de verdade, prática e subjetivação que marcaram a intelectualidade francesa no século XX, do pós-guerra ao início da década de 1980. Nesse percurso, configuram-se dois grandes períodos: o primeiro é dimensionado por um eixo horizontal que incita a uma escolha obrigatória entre os mundos do Leste (comunista) e do Oeste (capitalista), estendendo-se de 1944/45 a 1956; o segundo, por um eixo vertical que confronta o Norte (colonizador) ao Sul (colonizado), prolongando-se de 1955/56 a 1968. Esta última lógica abarca uma série de colonialismos externos (entre nações) e internos (entre racionalidades, idades, estatutos, classes, sexualidades, saberes, raças, gêneros etc.), culminando na grande recusa de Maio de 1968, com seus múltiplos efeitos epistemológicos, políticos e ético-estéticos. O institucionalismo francês pode, assim, ser apreendido como resultante da abertura teórico/prático/ética a esta lógica da revolta, a qual marca tanto a socioanálise quanto a esquizoanálise, que se diferenciam, outrossim, pela predominância respectiva do referencial dialético e da filosofia da diferença. As inúmeras camadas de que o presente livro é composto – literárias, artísticas, cinematográficas, partidárias, filosóficas, midiáticas, bélicas, teatrais, científicas, desejantes, profissionais, acadêmico-universitárias etc. – facultam, inclusive, o estabelecimento de uma comparação entre as duas vertentes, em que são analisadas suas contribuições e/ou limitações para a invenção de novas análises – desnaturalizadoras, transversalizantes e micropolíticas. |
|
|
|
|
|
|
|
Caminhos investigativos III: riscos e possibilidades de pesquisar nas fronteiras |
|
Maria Isabel Edelweiss Bujes(org.)
Marisa Vorraber Costa(org.)
Em tempos de dissipação de limites, de movimentações em terrenos movediços, pesquisar nas fronteiras implica suspender as certezas, abdicar de rotas seguras e perder-se em regiões pantanosas, na expectativa de que isso permita fecundar ideias e projetos. A noção de limiar, ao sugerir riscos de aproximação com a instabilidade, indica, paradoxalmente, a possibilidade de sua ultrapassagem, a riqueza do delineamento de novos espaços, de inesperados territórios de poder, de outras formas de produzir saber e modos de ver. Ela é aqui tomada em sentido amplo, referindo-se a necessidades mutantes, ao surgimento de identidades visibilizadas em distintas geografias — territoriais, políticas, humanas e epistemológicas. |
|
|
|
|
|
|
|
Com a taça nas mãos: Sociedade, Copa do Mundo e ditadura no Brasil e na Argentina |
|
Lívia Gonçalves Magalhães
No ano da realização da Copa do Mundo no Brasil e do aniversário de 50 anos do golpe civil-militar brasileiro, as discussões em torno das históricas relações entre futebol e política parecem ter ganhado maior retumbância. Foi assim também nas Copas de 1970, no México, vencida pela seleção brasileira, e de 1978, na Argentina, conquistada pela seleção da casa, quando os governos dos países das duas equipes campeãs foram acusados de usarem os Mundiais para fins políticos, em vista dos regimes civil-militares pelos quais passavam à época. Afinal, em meio às euforias dos campeonatos, partidas e conquistas dentro de campo, havia uma série de repressões, denúncias e torturas acontecendo no Brasil e na Argentina. Mas, ao mesmo tempo, as Copas do Mundo foram também um espaço de distintas manifestações sociais, que vão além da dicotomia apoio × resistência. Seria certo, então, afirmar que as Copas foram “ferramentas” utilizadas pelos governos das ditaduras brasileira e argentina? |
|
|
|
|
|
|
|
Complexidade da educação física escolar: Questões atuais e desafios para o futuro |
|
Renata Osborne(org.)
Carlos Alberto Figueiredo da Silva(org.)
Roberto Ferreira dos Santos(org.)
A educação física escolar enfrenta muitos problemas no contexto educacional brasileiro e possui diversos desafios para o futuro, e por isso deve ser pensada como uma disciplina complexa e multifacetada. Esta coletânea de artigos propõe a sua análise de forma holística, e não de maneira isolada ou alienada. Os autores reunidos neste livro abordam questões sociais, culturais e ambientais, perpassando por reflexões e discussões sobre a precariedade da infraestrutura da educação física escolar, o crescimento e o desenvolvimento infantil, a educação integral, a educação inclusiva e inovações curriculares para a disciplina. Tratam, ainda, de esportes como o basquetebol, o futebol e o atletismo, da importância da prática de jogos esportivos com crianças, do potencial educativo das lutas marciais e do lazer pedagógico. Esse é um olhar que busca desconstruir a ideia de uma educação física voltada simplesmente para o incentivo à competitividade e ao chamado “esporte de rendimento”. Ou seja, a educação física escolar deve ser trabalhada em conjunto com outras disciplinas e contribuir de maneira prioritária para a formação de crianças e jovens, não apenas na parte física, mas principalmente na construção da cidadania.
|
|
|
|
|
|
|
|
Conflitos e construção coletiva: a segurança alimentar e nutricional em questão |
|
Susana Moreira Padrão(org.)
Olivia Schneider(org.)
"A política de segurança alimentar e nutricional (SAN) brasileira é internacionalmente reconhecida por seu conjunto amplo de ações, cujas potencialidades e desafios são analisados ao longo dessa obra. Para além dos efeitos positivos na SAN, a experiência brasileira se destaca por seu processo participativo, capaz de acolher uma diversidade de sujeitos sociais. A relevância dessa ação política coletiva evidencia-se nas análises ofertadas pelos(as) autores(as), que indicam como esse conhecimento socialmente construído impulsionou propostas inovadoras para consolidar modos mais justos, saudáveis e sustentáveis de produzir, comercializar e consumir alimentos, sem desconsiderar os conflitos, os retrocessos e os problemas existentes. Tais reflexões vêm sendo construídas por meio de um debate acadêmico alinhado e compromissado com a perspectiva de consolidação da esfera pública. Portanto, as análises reunidas nessa obra assumem relevância ainda maior na atual conjuntura antidemocrática de desinstitucionalização de políticas públicas, pois reiteram o quanto os processos são tão importantes quanto os resultados de uma dada política. Especialmente em sociedades desiguais como a brasileira, tais processos são capazes de consolidar ou questionar os valores sociais perversos que contribuem para as violações ao direito humano à alimentação adequada. Cabe, portanto, compreendê-los e confrontá-los."
Luciene Burlandy |
|
|
|
|
|
|
|
Copa do Mundo 2014: futebol, mídia e identidades nacionais |
|
Ronaldo Helal(org.)
Édison Gastaldo(org.)
Após a Copa do Mundo de 2014, muitas coisas em que acreditávamos deixaram de fazer sentido. Por exemplo, a “tragédia” de 1950, nosso grande mito fundador como “país do futebol” (um jogo do qual somente os mais velhos têm registros na memória), perdeu boa parte de seu potencial dramático quando comparada com a humilhante derrota por 7 × 1, a que assistimos incrédulos em 2014, ao vivo e em cores. A “mística da camisa amarela”, nossa crença em que “com brasileiro não há quem possa” e no destino manifesto de glórias reservado ao futebol do Brasil, passou a parecer infantilidade, pensamento mágico, ingenuidade. Naquele jogo, algo se quebrou para sempre.
|
|
|
|
|
|
|
|
Culturas eXtremas: mutações juvenis nos corpos das metrópoles |
|
Massimo Canevacci
Trata-se de uma rica oferta de imagens e materiais produzidos pelos grupos juvenis, com o objetivo de analisar as relações conceituais e comportamentais entre jovens, metrópole, mídia e consumo. Com base na metodologia do “gozo da diferença”, o autor frequenta interzonas urbanas nas quais estabelece um fluxo comunicacional direto com os sujeitos. Rave, piercing, techno, tatuagem, bodyscape, cut-up, ciberespaço, fanzine, videoarte — a cultura líquida escorre pelos desvãos da cidade, despercebida entre as grades enferrujadas do método acadêmico centralizado. O livro mostra como se dá a transformação do extremo no eXtremo e como é impossível compreendê-lo sem aceitar o que está fora da regra. |
|
|
|
|
|
|
|
Das “técnicas” de fazer desaparecer corpos: Desaparecimentos, violência, sofrimento e política |
|
Fábio Alves de Araújo
Das “técnicas” de fazer desaparecer corpos é o resultado de um estudo socioantropológico que descreve e analisa as relações entre sofrimento, violência e política, a partir da experiência e da perspectiva dos familiares de vítimas de violência. Focaliza-se uma modalidade específica de casos e situações: o desaparecimento forçado de pessoas, e, portanto, a violação e a ausência dos corpos. Por meio das narrativas dos familiares dos desaparecidos, é possível acessar certas gramáticas morais e políticas em que categorias e temas como desaparecimento, desaparecido, vítima, familiar de vítima, morte violenta, favela, violência policial/estatal, milícia, “traficantes”, terror, luto, justiça, ação coletiva e espaço público emergem no processo de construção de uma teia de significados e sentidos.
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Édipo rei |
|
Sófocles
Donaldo Schüler(Trad. e análise)
Referência majestática da cultura ocidental, seja para analisá-la como reflexo do psiquismo humano, como o fez Freud, seja para atacá-la, ao modo de Deleuze e Guattari, a peça Édipo rei foi e é examinada, citada e referida em numerosos estudos, teorias e sistemas de compreensão do mundo. Nesta edição, Donaldo Schüler recria, diretamente do grego, a vivacidade teatral de Sófocles (496-406 a.C.), um dos grandes tragedistas da Antiguidade e um dos maiores teatrólogos do Ocidente, autor de mais de cem peças, das quais restam apenas sete. Em valiosa análise, dividida em seções que abarcam a totalidade dos versos, o tradutor esmiúça as características dos personagens e as circunstâncias que lhes guiam os passos. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Ensaios sobre Michel Foucault no Brasil: presença, efeitos, ressonâncias |
|
Heliana de Barros Conde Rodrigues
A relevância adquirida pelo pensamento de Michel Foucault no Brasil contemporâneo é circunstância bem conhecida. A despeito disso, poucos têm se dedicado a investigar suas cinco visitas a nosso país, datadas de 1965, 1973, 1974, 1975 e 1976. Sendo assim, a autora desenvolveu a pesquisa “Michel Foucault no Brasil: presença, efeitos e ressonâncias”, cujos objetivos incluem o estabelecimento de uma “audiografia” da presença do Foucault-corpo no Brasil – análise do modo como ele aqui ocupou os espaços de fala –, bem como de uma “geo-epistemologia” – busca das condições geopolíticas de produção do saber – e de uma “cronobibliografia” das ideias de Foucault entre nós – exame analítico-crítico das temporalidades associadas à primazia conferida a determinados procedimentos, categorias, problemáticas e conceitos pelos intelectuais e militantes brasileiros. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Escritas de si:escutas, cartas e formação inventiva de professores entre universidade e escola básica |
|
Rosimeri de Oliveira Dias(org.)
Heliana de Barros Conde Rodrigues(org.)
Este livro é efeito de bons encontros de diferentes professores, pesquisadores e estudantes, e destes com o trabalho ligado à escola básica na luta por agenciar dispositivos que funcionem a favor de mudanças na formação de professores.
Os textos aqui presentes mostram caminhos onde o encontro pode se transformar em acontecimento que privilegia o movimento e a transformação dos modos hegemônicos de existência. Escritas de si por meio dos modos de trabalhar, de constituição de diários de campo, em atos de pesquisar, em corporar, em insistir nas resistências da palavra, em nos enviar cartas, em experienciar correspondências entre nós no contexto escolar, na formação e na aprendizagem. Percursos que engendram buscas e que pretendem a abertura para outros encontros com práticas e sujeitos implicados com formas outras de fazer escola e formação.
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Estudos de pele |
|
Floriano Martins
“Sacrifício” é o termo-chave na compreensão deste enigma literário, redigido entre a prosa, a poesia e a psicografia de ecos de um passado bíblico e horrendo — um altar de sacrifício em que corre o sangue de veias sobretudo femininas. Ester, Madalena, Maria, Marta, Raquel, Rute, Sara. Essas e outras vozes são referências fundamentais no texto. “Ao escrever este livro tive em mente a relação entre corpo humano e corpo da criação e, a todo instante, me perguntava: a linguagem reside em uma estalagem intemporal ou profana?”, indaga Floriano Martins, poeta, editor, ensaísta e tradutor. “Os estudos aqui esboçados mesclam piedade e terror como formas de dedução e sedução dos desígnios e artimanhas da espécie humana.” |
|
|
|
|
|
|
|
Experiências na formação de professores: memórias, trajetórias e práticas do Instituto de Educação Clélia Nanci |
|
Inês Ferreira de Souza Bragança(org.)
Mairce de Silva Araújo(org.)
Traduzir e resgatar um percurso que precisa ser contado: o do Instituto de Educação Clélia Nanci, patrimônio histórico e simbólico da formação de professores de nível médio do município de São Gonçalo, o segundo mais populoso do estado do Rio de Janeiro. Essa é a proposta deste livro, que narra as experiências, memórias, histórias, movimentos educativos e processos formativos de diferentes matizes na educação de docentes, no IECN, construindo resistências e (re)inventando outros modos de formar profissionais. Este livro, uma coletânea composta por vários fios de memórias, é um convite para adentrarmos os muros do Clélia Nanci, seus espaços e suas vozes – espaços esses que buscam promover encontros intergeracionais entre professores e jovens estudantes que tomam a experiência compartilhada como oportunidade de reescrever outras histórias e outras memórias. Em uma realidade cuja educação pública ainda encontra-se desprovida de grandes investimentos, o IECN, que em 2013 completou 50 anos, fortalece-se como espaço necessário – um oásis de produção de narrativas. Nesse contexto, o livro deseja construir uma experiência com o passado que potencialize o presente e os projetos de futuro para a formação docente.
|
|
|
|
|
|
|
|
Finnício Riovém |
|
Donaldo Schüler
Cristiane Löff(Ilustr.)
Adaptação para o público infantojuvenil de Finnegans Wake, de James Joyce, um dos livros mais intrigantes da literatura ocidental do século XX. Premiado com o Jabuti de 2004 por Finnicius Revém, tradução do mesmo romance, Donaldo Schüler empreende aqui exitosa reinvenção literária por meio da criatividade e da irreverência no trato com o léxico, mantendo o fio da fábula, os personagens e episódios centrais da história, sem abrir mão dos trocadilhos e dos neologismos: “Você está vendo aquele edifício? É feito de tijolos, ferro, cimento, vidro… Agora feche os olhos, o que você está vendo é um imagifício”. As ilustrações de Cristiane Löff compõem a obra em apurada sintonia com o texto. |
|
|
|
|
|
|
|
Forrobodó na linguagem do sertão: Leitura verbovisual de folhetos de cordel |
|
Alberto Roiphe
Alberto explica: “É na leitura de folheto de cordel que se conhece outro folheto de cordel. Esses folhetos, como se viu, se inter-relacionam por meio da forma como os personagens se exibem, por meio dos instrumentos que usam, por meio do espetáculo que provocam. … O efeito estético sobre o leitor se amplia à medida que não se limita somente ao gosto pelo espetáculo por meio do aplauso ou da vaia, mas experimenta, em meio à oscilação entre a luta e a festa, assim como fazem o poeta e o artista, possibilidades poéticas de escolhas, provocações, comparações, irreverências, contradições, descobertas. Sem limites.” |
|
|
|
|
|
|
|
Fotografia como fonte de pesquisa: da História da Educação à História de Trabalho-educação |
|
Maria Ciavattaet al.
As fotografias evidenciam a aparência dos objetos, pessoas e fenômenos, sua representação. Mas estão ocultos os múltiplos processos sociais, as mediações que constituem o objeto representado na sua totalidade. O exercício de compreensão da fotografia como fonte de pesquisa, além dos dados básicos de identificação, contexto e análise dos aspectos formais, supõe conhecer os processos sociais que constituem a história real e seus relatos. Um outro aspecto da recriação dessa memória temporal (tempo como movimento no espaço), é a visão e a emoção de seus receptores. É nossa, também, com nossas experiências e expectativas, autores das análises do uso das fotografias como fontes de pesquisa, nas teses e dissertações do catálogo da Capes, que são objeto de estudo deste livro. Metodologicamente, não se trata apenas de descrevê-las, nem mesmo de fazer boas resenhas, mas de refletir e discutir sobre o uso das imagens fotográficas na historicidade revelada nos objetos empírico-documentais específicos, os diferentes temas e abordagens sobre a produção do conhecimento histórico: o movimento sindical, o trabalho ambulante, os espaços educativos e correcionais, o Mobral Cultural, as escolas profissionais , as expedições científicas, a fotografia e os fotógrafos, a história da educação e a história de trabalho-educação.
|
|
|
|
|
|
|
|
Globalização do agronegócio e land grabbing: a atuação das megaempresas argentinas no Brasil |
|
Júlia Adão Bernardes(org.)
Samuel Frederico(org.)
Carla Gras(org.)
Valeria Hernández(org.)
Gabriela Maldonado(org.)
O início do século XXI marcou a chegada de uma nova safra de capitalistas na agricultura mundial. Trata-se da significativa presença do capital financeiro internacional, representado por diversos tipos de fundos
(pensão, soberanos, hedge, endowments, private equity), corporações (bancos, seguradoras e empresas) e indivíduos de alta renda, sobretudo, nos países de maior dinamismo agrícola e com a disponibilidade de espaços para a expansão da agricultura moderna como o Brasil e a Argentina. Esse fenômeno se insere em uma dinâmica mundial de investimento em terra e na produção agrícola, decorrente, sobretudo, da significativa elevação dos preços dos alimentos ao longo da década de 2000 e da crise financeira de 2007–2008, no que se convencionou denominar global land grabbing.
|
|
|
|
|
|
|
|
Guarda-chuvas esquecidos |
|
Antônio Mariano
Quem nunca perdeu um guarda-chuva nunca perdeu um amor. Guarda-chuvas esquecidos, novo livro do paraibano Antônio Mariano, resume esse extravio de ser que é o ato líquido da linguagem. Alguma coisa termina sendo esquecida no translado, na fala, no deslocamento do corpo da poesia. Essa porção olvidada, esse objeto deixado para trás na realidade, volta depois em poema. O poeta rouba de si para dar a si. Ler essa obra não é estar diante de uma única rua, um estilo apenas, mas de uma rodovia com inúmeras possibilidades de acesso. Traz um pouco de cada olhar musical: tropicalismo, bossa, jazz, samba, frevo, capoeira. Eclético como a oscilação emocional de cada leitor. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Imagens na educação em ciências |
|
Carmen Irene C de Oliveira(org.)
Lucia Helena Pralon de Souza(org.)
O objetivo deste livro é apresentar perspectivas de pesquisa que utilizam as imagens como objeto de reflexão no campo da educação em ciências. Há estudos que se ocupam da imagem fixa (fotografias, desenhos etc) em sua dinâmica nas diferentes práticas e materiais de ensino, ou em seu valor como documento para a história da área. Outros estão voltados para a imagem em movimento, preocupando-se, em grande parte, com a questão da leitura em sala de aula. E, ainda, estudos que abordam a relação entre as imagens e a educação com os meios de comunicação e as novas tecnologias. Mas é, sobretudo, sua implicação nos diferentes processos de ensino, de produção de conhecimento e de formação que sustenta a necessidade de discussões e pesquisas que versem sobre o modo como elas circulam nos diferentes materiais e espaços, e como elas nos permitem produzir sentidos.
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
No rastro dos “cavalos do diabo”: memória e história para uma reinvenção de percursos do paradigma do grupalismo‑institucionalismo no Brasil |
|
Heliana de Barros Conde Rodrigues
Os andaimes que sustentam uma pesquisa histórica sobre o paradigma do grupalismo-institucionalismo no Brasil são trazidos à luz, neste livro, por uma não-especialista no campo da ciência das transformações do/no tempo.
Frente aos desafios epistemológicos, éticos e políticos promovidos pela história oral, o texto percorre uma série de indagações, incluindo a formação do pesquisador, a permeabilidade entre saberes, os nexos e contrastes entre a voz e a letra, o caráter problemático do documento, as novas (e móveis) fronteiras da historiografia contemporânea, os limites dos esquemas explicativos, a noção de tempo histórico, as relações entre história e literatura e, em particular, o lugar da subjetividade nessa complexa trama.
Um breve ensaio sobre a presença do paradigma do grupalismo-institucionalismo em Belo Horizonte, ao início dos anos 1970, funciona como experimentação metodológico-narrativa na construção, sempre inacabada, de uma história das lutas em torno da verdade, notadamente no campo psi. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
O poder constituinte: ensaio sobre as alternativas de modernidade |
|
Antonio Negri
Negri elucida o conceito de poder constituinte, caracterizando-o como a atividade produtora das normas constitucionais dos ordenamentos jurídicos e situando-lhe a genealogia nas ondas revolucionárias da modernidade. Da Renascença à Revolução Inglesa, da Independência Americana à Revolução Francesa, da experiência soviética aos horizontes das lutas contemporâneas, ele analisa, com abrangência, erudição e potência crítica, o pensamento de autores como Maquiavel, Harrington, Burke, Jefferson, os “federalistas”, Rousseau, Sieyès, Tocqueville, Marx, Lenin e, recorrentemente, Espinosa. O propósito é reivindicar uma “tradição anômala” no eixo Maquiavel-Espinosa- -Marx, com o recurso à contribuição de Deleuze e Foucault. |
|
|
|
|
|
|
|
O poder da mídia no Brasil: (Re)editando outras verdades |
|
Bianchi Agostini Gobbo(org.)
José Eduardo Pimentel Filho(org.)
Max Alexandre de Paula Gonçalves(org.)
O Brasil não é uma ilha isolada no meio do mundo. A globalização implica a produção de conflitos em escala mundial, cujas causas se entrecruzam. Dilemas, como o desemprego que observamos no centro do sistema internacional, os Estados Unidos, e nas semiperiferias e periferias do sistema, como os casos de Grécia, Portugal, Brasil e Angola, só podem ser compreendidos na medida em que o processo global de produção capitalista é analisado, ou seja, as diversas situações problemáticas apontam para causas comuns, apesar das particularidades de cada caso. Entretanto, se há, por um lado, determinações gerais; por outro lado, há também que se analisar as particularidades, pois são suas nuanças e suas diferenças que podem permitir ações transformadoras mais eficazes. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Ordens do discurso: comentários marginais à aula de Michel Foucault |
|
Rosimeri de Oliveira Dias(org.)
Heliana de Barros Conde Rodrigues(org.)
“Que civilização, aparentemente, teria sido mais respeitosa com o discurso que a nossa? Onde teria sido mais e melhor honrado? Onde, aparentemente, teria sido mais radicalmente libertado de suas coerções e universalizado? Ora, parece-me que sob esta aparente veneração do discurso, sob essa aparente logofilia, esconde-se uma espécie de temor. … Há, sem dúvida, em nossa sociedade e, imagino, em todas as outras mas segundo um perfil e facetas diferentes, uma profunda logofobia, uma espécie de temor surdo desses acontecimentos, dessa massa de coisas ditas, do surgir de todos esses enunciados, de tudo que possa haver aí de violento, de descontínuo, de combativo, de desordem, também, e de perigoso, desse grande zumbido incessante e desordenado do discurso.”
(Michel Foucault, A ordem do discurso)
|
|
|
|
|
|
|
|
Os infames da história: pobres, escravos e deficientes no Brasil |
|
Lilia Ferreira Lobo
Este livro envereda pela história infame daqueles que, tornados indesejáveis e postos à margem, foram úteis ao controle e à expansão dominantes: os pobres, os doentes, os desvalidos. Em pesquisa de fôlego, a autora traça a história das monstruosidades, em que a concepção das diferenças viaja das maravilhas do mundo dos navegantes dos séculos XV e XVI às produções de uma biologia dos monstros no século XIX e, por extensão, à teratologia social consolidada pela teoria das degenerescências. A análise mapeia as marcas do controle inquisitorial sobre a população da Colônia, um tribunal dos pecados em contraste com o julgamento eugênico de todos os desvios — o ideal do controle do perigo social das procriações. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Pensar com Foucault |
|
Walter Omar Kohan(org. e trad.)
Elvira Vigna(ilustr.)
Este livro é um convite a entrar na filosofia pelas mãos de Foucault, um dos pensadores contemporâneos mais potentes, diretamente, sem intermediários, sem mediações, frente a frente, pensamento a pensamento, vida a vida, de olhos abertos e dispostos a colocar em questão o que hoje nos parece certo e inquestionável. Pensar com Foucault é uma iniciação, uma tentativa de encontro. A força de Michel Foucault não está apenas em suas ideias, teorias ou conceitos, mas também no estilo de pensamento e de escrita que atravessa os saberes e os modos tradicionais de se relacionar com eles, que explode as disciplinas, as faz repensar e repensar-se a si próprias: filosofia, antropologia, sociologia, história, medicina social, direito, entre tantas outras. Não existe área das ciências humanas e sociais que de alguma forma não se veja direta ou indiretamente afetada pelo pensador e que não possa tirar proveito de suas contribuições. Mas também não se trata apenas disso: no caso de Foucault, o que está em jogo é a própria tarefa do intelectual, seu sentido, a relação entre o campo das ideias e a vida individual e coletiva em que essas ideias se colocam em jogo.
|
|
|
|
|
|
|
|
Pensar com Heráclito |
|
Walter Omar Kohan(org. e trad.)
Elvira Vigna(ilustr.)
Heráclito é um enigma impossível de decifrar e impossível de não querer decifrar. Ele escreveu apenas um livro, do qual conservamos mais de cem fragmentos, sendo alguns muitos curtos, só palavras soltas. Mesmo assim, a força de seu pensamento é notável. Os fragmentos abordam quase todos os temas: política, religião, ética, estética, antropologia, entre outros. O estilo é tão forte e próprio, que Hegel lhe atribuiu ser o fundador da dialética. É difícil que qualquer ser humano, filósofo ou não, não se sinta tocado pela sua potência e vitalidade. Nada em Heráclito é simples, de uma única forma. O enigma de Heráclito é também o enigma da filosofia, essa tentativa louca de compreender o que somos, onde estamos, para que vivemos. Disso tratam, com singular brilho e força enigmática, estes fragmentos, que nada afirmam ou negam, mas dão sinais de que o leitor, cada leitor, decifra na experiência da leitura. |
|
|
|
|
|
|
|
Política e polícia: Cuidados, controles e penalizações de jovens |
|
Acácio Augusto
“A prisão é uma política. Quando se fala de prisão ou de suas implicações, como a tortura, sempre se tem em mente um grande sistema, uma máquina gigantesca cheia de tentáculos. De fato, a prisão é uma máquina de moer carne humana, é um depósito de pessoas-lixo, um triturador de corpos, corações e mentes – um aniquilador de existências. Mas ela começa bem antes; antes, ela existe como princípio moral e prática ordinária, para depois ser um prédio. É nesse sentido que a prisão é uma política. E desta maneira, não se enfrenta o problema das prisões olhando apenas para seus prédios e para as leis que a regulam. [Nas palavras de Foucault] ‘Temos que ouvir o ronco surdo da batalha.’”
Do livro
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Prova: um momento privilegiado de estudo, não um acerto de contas |
|
Vasco Pedro Moretto
Defende que não é a extinção da prova escrita ou oral que melhorará o processo de avaliação da aprendizagem, mas a ressignificação do método numa nova perspectiva pedagógica. Nos oito primeiros capítulos, a fim de auxiliar o professor na condução de uma aula bem-sucedida, são apresentados os pressupostos da vertente construtivista sociointeracionista em relação ao ensino; nos dois finais, abordam-se os fundamentos da mesma perspectiva quanto à avaliação. Para o autor, cuja experiência docente ultrapassa cinco décadas, deve-se tornar o exame do desempenho discente uma oportunidade para o aluno ler, refletir, relacionar, operar mentalmente e demonstrar que dispõe de recursos para decodificar situações complexas. |
|
|
|
|
|
|
|
Refabular Esopo |
|
Donaldo Schüler
Elvira Vigna(Ilustr.)
Trata-se de uma nova concepção de fábula, ousada criação do escritor e tradutor Donaldo Schüler. Animais irreverentes conduzem as mais de cem histórias, cujo narrador é um papagaio gaiato, de ética um tanto duvidosa, que leu às escondidas Além do bem e do mal, de Nietzsche. Ainda que se preserve o jogo de afinidades e dissonâncias do modelo fixado por Esopo, aqui se dessacralizam, por meio de uma espécie de carnavalização macunaímica, princípios de moralidade inerentes ao conto fabular convencional. As ilustrações de Elvira Vigna acrescentam humor e harmonia à narrativa, marcada por um tom satírico-político e por coloquialismos de várias regiões brasileiras, além da influência de James Joyce. |
|
|
|
|
|
|
|
Reflexões na pandemia: questões sociais, isoladas pela covid-19 |
|
Alexandre Werneck(org.)
Marcella Araujo(org.)
Assim que os primeiros efeitos da tragédia sanitária provocada pela pandemia de covid-19 durante um governo negacionista começaram a se tornar conhecidos no Brasil, um grupo de cientistas sociais deu início a uma série de reflexões no site de Dilemas: Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, uma publicação do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana (Necvu), associado ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A iniciativa ganhou dezenas de adeptos de várias partes do país, a maior parte dos quais sociólogos, antropólogos, cientistas políticos e filósofos, todos imersos no volume de questões posto pela mais importante pandemia dos últimos cem anos, ocorrendo numa conjuntura política nacional marcada pelo negacionismo e pelo desprezo pelas medidas sanitárias recomendadas globalmente pela ciência. O resultado, aqui apresentado como uma seleção de textos entre os mais instigantes e originais, veio a constituir este livro organizado pelos professores Alexandre Werneck e Marcella Araujo. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Rio a Oeste: modos de habitar e fazer a cidade |
|
Fábio Alves de Araújo(org.)
Frank Andrew Davies(org.)
No Rio de Janeiro, onde o centro urbano se localiza no extremo leste do município, a porção oeste tem sido representada como alteridade da cidade há séculos; contudo, a expansão para a região, a partir do século XX, repercutiu nas representações sobre uma área que, em termos oficiais, corresponde sozinha a quase metade do território carioca. Conciliando diferentes formas de habitar e fazer a cidade, a Zona Oeste tem mobilizado imaginários diversos a respeito dos seus habitantes e territórios. Além disso, lógicas heterogêneas de ordenamento territorial têm operado sobre a região, desafiando análises que insistem em simplificar a realidade no acionamento da categoria. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Sinais de fumaça na cidade: uma sociologia da clandestinidade na luta contra a ditadura no Brasil |
|
Henri Acselrad
A clandestinidade política na luta contra a ditadura é, com frequência, resumida no ato de escrever e ir queimando as anotações. Nas palavras de um militante, a sensação era de escrever com fumaça: “assim, índio clandestino, enviava meus sinais de fumo”. O presente livro discute como o exercício da política, nas condições do regime de arbítrio, desviou-se para as margens, ao custo de fazer-se através de “sinais de fumaça”. Observando alguns destes sinais, contidos na fumaça a que foi relegada a vida política brasileira durante a ditadura, o autor procura dar a conhecer os impasses da experiência de grupos que mergulharam na vida clandestina. Aguçando a vista para observar o mínimo e o pouco visível na vida social da época, busca en- tender as relações que os militantes estabeleceram, em seu cotidiano, com a sociedade que buscavam então mobilizar.
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Trinta anos do Estatuto da Criança e do Adolescente: balanço e perspectivas |
|
Ebe Campinha dos Santos(org.)
Fábio do Nascimento Simas(org.)
Rodrigo Silva Lima(org.)
“Esta coletânea, como o próprio título indica, faz um balanço histórico‑crítico dos 30 anos de vigência do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), buscando, ao mesmo tempo, apontar perspectivas para os anos vindouros, sem desconhecer os desafios postos pelo golpe parlamentar‑jurídico‑midiático de 2016 e a crise sanitária instalada pela pandemia da Covid‑19.
Reunindo textos de um valoroso grupo de professores(as), pesquisadores(as) e militantes na área dos direitos humanos de crianças e adolescentes, o livro traz para o debate diversos temas pertinentes ao Sistema de Garantia de Direitos, incluindo a legislação nacional e internacional, os conselhos de direitos e tutelares, e as políticas públicas.”
(Esther Maria de Magalhães Arantes)
|
|
|
|
|
|
|
|
Triunfos e impasses: Lina Bo Bardi, Aloisio Magalhães e o design no Brasil |
|
Zoy Anastassakis
Discutindo questões formuladas por parte da crítica de design no Brasil, este livro problematiza as relações entre design, modernidade e brasilidade, observando-as a partir das perspectivas de Lina Bo Bardi e Aloisio Magalhães – personagens que, segundo alguns dos críticos contemporâneos, conformariam uma “outra vertente” do design brasileiro, mais comprometida com a ideia de “identidade nacional” e, por isso mesmo, representativa de alguns “sinais de divergência” em meio ao campo do design no país. Orientada por uma “visão cultural mais ampla”, essa “outra vertente” buscaria “assimilar a cultura popular” em “projetos de natureza participativa”, que, ao investirem na “contextualização cultural”, abririam caminho para um “desenvolvimento autônomo”. |
|
|
|
|
|
|
|
Uma escrita acadêmica outra: Ensaios, experiências e invenções |
|
Cristiana Callai(org.)
Anelice Ribetto(org.)
“Se há um fascínio que aprecio no exercício da escrita é essa indefinível atração para transfigurar a vida, expandindo e deslocando fluxos de pensamento, em uma produção existencial e coletiva. Se esses movimentos não desprezam heranças, tidas por muitos como perdidas, eles também não correm atrás de respostas certeiras, capazes de ir matando minutos, horas e dias, por buscarem, principalmente, nas entrepalavras e entrelinhas, o que mais faísca, como perplexidades e perguntas, acendendo a mais importante das artes: a de viver, recriando-nos e recriando a vida em interligações viscerais, sempre efêmeras e incessantes, sempre potentes para nos destruir, sem eliminar a possibilidade de nos propor recomeços. Importa ressaltar que esses intervalos e questões que levantam poeiras e instalam desassossegos e esperanças não se deixam acomodar com equações e respostas silogísticas e tranquilizadoras. Pelo contrário, uma vez postas em movimento, essas interpelações à vida, à linguagem e à educação desconhecem os caminhos de retorno às quietudes de um ponto final e tanto podem subir espiraladas pelo tempo, como se perder nos desertos arenosos da vida, ou, em um momento qualquer, sem maiores anúncios, estourar em reminiscências indagadoras: o que é escrever? Como escrever sem nos deixarmos acimentar pelos padrões da escrita acadêmica? Como potencializar a vida e sua capacidade de diferir e criar enquanto pensamos, conversamos, escrevemos, vivemos?”
(do Prefácio de Célia Linhares)
|
|
|
|
|
|
|
|
Vida e grafias: narrativas antropológicas entre biografia e etnografia |
|
Suely Kofes(org.)
Daniela Manica (org.)
Esta coletânea pretende explorar a multiplicidade de aspectos que envolvem os modos como a antropologia tem pensado a escrita (grafia), tendo como pontos de convergência a escrita etnográfica e biográfica. A reunião dos diversos artigos e temáticas oferece um panorama instigante para se pensar criticamente a questão biográfica e os pressupostos que a sustentam: a individualidade, o self, o sujeito, o indivíduo, a coerência da vida, os percursos percorridos. Ao propor um conjunto heterogêneo de possibilidades de apreensão narrativa (daí a questão gráfica) sobre a vida, os textos indicam os limites da distinção (muitas vezes conceitual) entre “indivíduo” e “sociedade” e sugerem o potencial de se apropriar da pretensão biográfica para explicitar conexões diversas. Ou seja, os artigos contam como o estilo antropológico de constituir narrativas (a etnografia) através de um enfoque biográfico e de meios distintos, combinados e não dicotômicos (escrita e imagens), permite falar da vida levando-se em conta a sua complexidade e extensão. Isso explica a diversidade de temáticas que compõe a coletânea: música, skate, carreiras artísticas e científicas, processos judiciários, neonazismo, literatura, foto(bio)grafias, cidades e lugares.
|
|
|
|
|
|
|
|
Zona Oeste revisitada: memória, patrimônio e identidade |
|
Maria Amália Silva Alves de Oliveira
“O Rio de Janeiro é uma das cidades mais famosas do Brasil. Por ser tão citada e reconhecida pela grande imprensa, pela literatura, pelo cinema, acabamos, contraditoriamente, conhecendo pouco para além daquilo que é exibido e consumido nos veículos de comunicação e nos meios de cultura. Essas dinâmicas entre exposição e encobrimento, entre fala e silêncio, entre imagem e sombra fazem com que a cidade seja lida quase sempre no singular. Ela encanta por suas belezas mais conhecidas e reconhecidas. Enquanto isso, outras maravilhas ficam restritas, resguardadas e acessíveis somente aos nativos dos lugares em que se encontram.”
|
|
|
|
|