Lilia Ferreira Lobo
Este livro envereda pela história infame daqueles que, tornados indesejáveis e postos à margem, foram úteis ao controle e à expansão dominantes: os pobres, os doentes, os desvalidos. Em pesquisa de fôlego, a autora traça a história das monstruosidades, em que a concepção das diferenças viaja das maravilhas do mundo dos navegantes dos séculos XV e XVI às produções de uma biologia dos monstros no século XIX e, por extensão, à teratologia social consolidada pela teoria das degenerescências. A análise mapeia as marcas do controle inquisitorial sobre a população da Colônia, um tribunal dos pecados em contraste com o julgamento eugênico de todos os desvios — o ideal do controle do perigo social das procriações. |